Cinco, dez, 20? Quantas e quais são as marcas de motos ativas no Brasil em 2021? A lista de fabricantes e montadoras vai muito além das tradicionais Honda e Yamaha, confira.

Quais as marcas de motos em 2021
Nosso mercado de motos é relevante por diversos fatores. A começar pelo volume, afinal produz mais de um milhão de motocicletas todos os anos. Há algum tempo, aliás, este total ultraou os 2,1 milhões. Foi em 2008 e 2011, antes de entrarmos numa recessão da qual apenas agora nos recuperamos.
Além disso, o Brasil é um país em desenvolvimento. Diferente do que acontece com a Europa, o brasileiro ainda está ‘se encontrando’ no segmento, despertando e amadurecendo para diferentes nichos e culturas. Isto explica, por exemplo, o recente boom dos scooter por aqui.
Espaço para todas… ou quase
Com nosso imenso território, somos ainda o principal país fabricante do continente, exportando para praticamente todas as nações que estão à nossa volta. As marcas estabelecidas aqui também exportam para países além do Atlântico. Entre tantos exemplos, podemos citar o abastecimento da África do Sul e Estados Unidos com as Honda CRF 230F e 250F.
Para completar, graças aos nossos pouco mais de 210 milhões de habitantes somos o maior consumidor da América Latina. Isto significa que há espaço para todos os nichos. Scooter, ciclomotores, street, de uso misto, clássicas, custom, touring, esportivas. Todas encontram seu espaço ao sol no país – ou quase.
Marcas de motos presentes no Brasil 2021 |
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Marca | Segmento | |
1 | Avelloz | Motos de baixa cilindrada; cub e street |
2 | BMW | Motos de média e alta cilindrada; naked, sport, adventure, touring |
3 | Dafra | Motos de baixa e média cilindrada; scooter; custom; street |
4 | Ducati | Motos de alta cilindrada; naked, sport, adventure, drag bike |
5 | Haojue | Motos de baixa cilindrada; street, custom, scooter |
6 | Harley-Davidson | Motos de alta cilindrada; custom, touring |
7 | Honda | Motos de alta, média e baixa cilindrada; street, naked, cub, scooter, sport, touring, adventure, crossover |
8 | Kawasaki | Motos de média e alta cilindrada; naked, sport, adventure, custom, off road |
9 | KTM | Motos de média cilindrada; naked, off road |
10 | Kymco | Motos de baixa e média cilindrada; scooter |
11 | MXF | Motos de média cilindrada; off road; mini motos |
12 | Piaggio | Motos de baixa e média cilindrada; scooter |
13 | Pro Tork | Mini motos de 50 a 125 cm³ |
14 | Royal Enfield | Motos de média cilindrada; clássicas e adventure |
15 | Shineray | Motos de baixa cilindrada; cub e street |
16 | Sousa Motos | Motos de baixa cilindrada; cub e street |
17 | Suzuki | Motos de média e alta cilindrada; custom, naked, sport e adventure |
18 | Triumph | Motos de alta cilindrada; adventure, clássicas, naked, drag bike |
19 | Voltz Motors | Motos elétricas; scooter e street |
20 | Yamaha | Motos de alta, média e baixa cilindrada; street, naked, cub, scooter, sport, touring, adventure, crossover |
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1 – Avelloz Motos
Conhecia esta? Pois ela não só está presente no país como seu principal produto emplacou 1.697 unidades em 2020. Acha pouco? Assim, a AZ1 terminou o ano à frente das Yamaha MT 09, R3 e MT 07, assim como da Kawasaki Z 400 ou Dafra Citycom.
A marca surgiu em 2008 como uma ramificação da Valoriza Serviços Financeiros, com atuação desde 1991. Seu objetivo era oferecer soluções de mobilidade urbana, com produtos de baixo custo. O modo encontrado foi a importação de motos da China. Segundo a empresa, já vendeu mais de 5.000 motos. Em 2010 o grupo também ou a vender veículos elétricos, com a Vellex.
2 – BMW Motorrad
Esta você conhece, né? A BMW é conhecida em todo o mundo, seja no universo das duas ou quatro rodas. Inaugurou sua fábrica de Manaus em 2016, sendo esta a primeira unidade do mundo dedicada exclusivamente à construção de motos fora da Alemanha.
De lá para cá foram mais de 70 mil motos produzidas, com destaque aos sucessos das R 1200 e R 1250 GS. Como uma empresa global, o BMW Group opera 31 instalações de produção e montagem em 15 países e possui uma rede global de vendas em mais de 140 países.
3 – Dafra
A brasileira Dafra foi criada em 2007 pelo Grupo Itavema, um dos maiores grupos de concessionárias de automóveis da América Latina. Para atender o mercado nacional conta com uma unidade fabril com 170 mil m², em Manaus.
Segundo a empresa, sua unidade tem capacidade produtiva de 35 mil motos/ano. Sua operação conta com parceria de marcas estrangeiras (como as gigantes SYM e TVS), montando e ‘tropicalizando’ seus produtos. Além disso, ela também já montou motocicletas para outras empresas, como KTM e BMW – antes de 2016.
4 – Ducati
Eis a Ducati Motor Holding, com sede em Borgo Panigale – Bologna, na Itália. A Ducati é mundialmente reconhecida pelo design e desempenho de suas motos. Além, claro, do seu tradicional tom de vermelho. Hoje, a italiana está presente em 93 países, através de dez subsidiárias representantes. Ela chegou ao Brasil em 2013.
5 – Haojue
A Haojue é a maior produtora de motocicletas da China, liderando seu imenso mercado por mais de 15 anos. Foi criada em 1992 e possui uma t venture de longa data com a Suzuki, desenvolvendo componentes para a japonesa – em especial para as motos de baixa cilindrada.
Ao Brasil ela chegou em 2017, por meio da JTZ Indústria e Comércio de Motos. Esta sigla já é uma velha conhecida dos brasileiros, afinal desde os anos 1990 a JTZ representa a Suzuki por aqui. Sob seu guarda chuvas também está a Kymco.
6 – Harley-Davidson
A Harley-Davidson é uma marca lendária, símbolo de status e do orgulho norteamericano. Não à toa, fez a cabeça de astros como Elvis Presley.
Inaugurou sua fábrica no Brasil em 2012. Possui 10 mil m² de área construída e é de lá que saem todas as motos vendidas pela marca no país desde então. Atualmente, oferece modelos das famílias Softail e Touring.
7 – Honda
Em 2021 a Honda celebrou 50 anos de atuação no Brasil. Ela desembarcou por aqui em 1971, com um pequeno escritório em São Paulo. Cinco anos mais tarde inaugurou sua fábrica em Manaus (AM), planta inaugurada com a produção da CG 125.
A partir de então iniciou uma longa história de sucesso no país. Líder intocável de vendas, nos últimos anos a empresa possui cerca de 80% participação de mercado. Assim, já produziu mais de 25 milhões de motos por aqui.
8 – Kawasaki
A história da Kawasaki Heavy Industries inicia em 1878, em um estaleiro para construir navios de aço transoceânicos. Aos poucos, a empresa japonesa ou a desenvolver produtos para a aviação, siderúrgica e transporte naval.
As motocicletas vieram em 1961 e as primeiras unidades chegaram ao Brasil em 1973. Mas foi só em 2008 que ela chegou oficialmente, inaugurando sua primeira unidade produtiva em território Latino-Americano no ano seguinte. A cidade escolhida, claro, foi Manaus (AM). Até então a marca estava presente apenas com importação e comercialização de motocicletas.
9 – KTM
Em homenagem aos socios Kronreif, Trunkenpolz e Mattighofen, a KTM surgiu na Áustria no início dos anos 1950. Logo ganhou notoriedade pela qualidade de suas motos e, especialmente, bons resultados em competições. Vale ressaltar os 18 títulos consecutivos no rali Dakar.
A marca veio oficialmente ao Brasil apenas em 2014, numa parceria com a Dafra, que montava suas motos e representava a empresa por aqui. Atualmente, a montagem segue à cargo da marca nacional mas a operação é gerenciada pela empresa Factory Powersports. No país, a KTM ofecere modelos off road e as pequenas Duke 200 e 390.
10 – Kymco
A Kymco foi fundada em 1964, com a colaboração técnica da Honda, e tem sede em Taiwan. Referência em scooter, a marca costuma figurar no top3 das mais vendidas em diferentes mercados europeus, como nos italiano e alemão.
A marca chegou ao Brasil em 2017, junto da Haojue. Assim, ela também está sob o guarda chuvas da JTZ Indústria e Comércio de Motos por aqui. No país ela oferece scooter médios e grandes, como o People GTi 300, o Downtown 300i e o AK 550i.
11 – MXF Motors
A MXF é focada no desenvolvimento de motos para o off-road. Em sua linha de veículos também estão presentes minimotos para lazer e quadriciclos adultos e infantis. Sua sede é em Curitiba (PR), mesma cidade em que instalou sua fábrica.
12 – Piaggio / Vespa
A Vespa (hoje uma marca da Piaggio) tem uma história de longa data com o Brasil. Está por aqui desde os anos 1950, nos abastecendo com seus famosos scooter. Sua criação, na Itália, data de 1946.
Nas décadas seguintes ocorreram indas e vindas, além de parcerias com outras empresas locais. Em 2016 ela voltou a ter representação oficial no país e atualmente ela oferece 4 modelos aqui. Mas suas vendas nunca decolaram nesta última fase. Em 2020, segundo a Fenabrave, foram emplacadas apenas 17 unidades – isto, dezessete.
13 – Pro Tork
Paranaense, a Pro Tork surgiu em 1988 e atualmente tem sua fábrica no município de Siqueira Campos. Segundo a marca, hoje ela conta com oito unidades, que somam 600 mil metros de área construída, e cinco mil funcionários. Seu catálogo de produtos, especialmente motopeças e capacetes, tem mais de mais de trinta mil itens.
E faz motos, também. Mini motos, na verdade. São as TR, com motores variando de 50 a 125 cm³, todas destinadas ao uso em circuitos fechados. A empresa também tem relação com o off road, patrocinando e mantendo equipes em diferentes competições de níveis regionais, estaduais e nacionais.
14 – Royal Enfield
A história da Royal Enfield inicia no ano de 1891 em Redditch, na Inglaterra. Assim, a marca consolidou seu sucesso abastecendo exércitos e também produzindo motos ao uso civil, sempre no estilo clássico inglês. Anos mais tarde, ou a ser istrada por uma grupo indiano.
Chegou ao Brasil em 2017, fazendo sua primeira grande aparição ao público no Salão Duas Rodas daquele ano. O modo de operação é a importação de motos da Índia para venda aqui. Atualmente, oferece a trail Himalayan e as clássicas Meteor 350, Interceptor e Continental GT.
15 – Shineray
A Shineray surgiu no Brasil em 2005, importando produtos da China, e inaugurou sua fábrica em 2015, no Cabo de Santo Agostinho (PE). A planta possui aproximadamente 210 mil m² de área e demandou investimento de cerca de R$ 130 milhões. Assim, tem capacidade de produzir 250 mil unidades / ano.
Atualmente, desenvolve motos, ciclomotores, triciclos e quadriciclos. Também tem investido na produção de veículos elétricos e quer atingir os públicos A e B – inclusive, está prestes a lançar sua primeira moto elétrica. Veja mais sobre suas aspirações.
16 – Sousa Motos
A Sousa iniciou suas operações no Pólo Industrial de Manaus, em 2010. Monta e desenvolve diferentes produtos, incluindo bicicletas e, claro, motocicletas. Em seu lineup há motos de 50cc, 110cc e 150cc. Ainda, faz triciclos comerciais. Sua fábrica possui 12 mil m² de área e possui capacidade anual de produção de um turno para até 9 mil unidades.
17 – Suzuki
Michio Suzuki iniciou seu império em 1909 produzindo… teares. As motos surgiram em 1952, para ajudar na reconstrução de uma Japão massacrado pela Segunda Guerra Mundial. Já contamos esta interessante história aqui.
A Suzuki chegou ao nosso país oficialmente em 1992, sem representação própria. Desde então até hoje, ela é representada pela J Toledo, empresa nacional que detém o direito na fabricação e comercialização das motospor aqui. Toda a linha de fabricação e montagem está instalada no polo industrial de Manaus, ando pela supervisão e treinamento de engenheiros especializados da Suzuki Motor Corporation.
18 – Triumph
A Triumph é uma das mais antigas e tradicionais fabricantes de motos do mundo. Surgiu no Reino Unido em 1902, apoiou seus países nas duas Guerras Mundiais e se tornou estrela de cinema anos mais tarde, nas mãos de atores como Marlon Brando e Anthony McQueen.
Inaugurou sua fábrica no Brasil em 2012, num complexo de 3 mil m² de área construída e que já recebeu mais de 13 milhões de dólares em investimentos. Assim, tem capacidade de produzir 8 mil motos/ano. De lá pra cá já montou mais de 30 mil motos, de mais de 20 modelos.
19 – Voltz Motors
A Voltz é uma startup brasileira com foco na produção de veículos elétricos. Foi criada em 2017, numa ação liderada por Renato Villar, diretor geral da P2M, revendedora de peças e lubrificantes para motocicletas do Nordeste. Em 2021 recebeu R$ 100 milhões de aporte e agora está pronta para produzir 25 vezes mais – veja seus planos. Atualmente, oferece o scooter EV1 e a motocicleta TVS.
20 – Yamaha
É curioso fechar a nossa lista com as marcas de motos no Brasil com a Yamaha. Afinal, a marca dos diapasões foi a primeira a se estabelecer no país, em 1970. Quatro anos depois ela lançou sua primeira moto, a RD 50. Era, também, nossa primeira moto nacional.
Inicialmente produzia suas motos em Guarulhos (SP), mas depois migrou ao Polo Industrial de Manaus. A fábrica foi construída para comportar grandes projetos, como o desenvolvimento das XT 600Z Ténéré e RD 350, que logo se tornariam símbolos de desejo no país.
Marcas de motos que saíram do Brasil
Está achando que é fácil empreender no Brasil? Muitas foram as marcas de motos que vieram e, pelos mais variados motivos, nos deixaram.
Volatilidade da moeda, carga tributária em cascata, o famoso ‘custo Brasil’ e o alto nível de exigência do consumidor local (muito acima do chinês ou indiano, por exemplo) são alguns dos fatores responsáveis pelo adeus precoce de montadoras.
A fabricante mais recente a deixar o mercado brasileiro foi a Indian. A norteamericana inaugurou as atividades no país em 2015 e tinha grandes expectativas, mas logo em 2017 sessou a produção local (que acontecia na Dafra) e, na sequência, anunciou sua retirada. Relembre outras 5 marcas de motos que saíram do Brasil.